Compilado pelo Departamento de Pesquisas da Casa Universal de Justiça
Tradução:Foad Shaikhzadeh, Luís Henrique Beust, Rolf von Czékus
Sempre ao entrardes na sala de consulta, recitai esta prece, com o coração a vibrar de amor a Deus e a língua purificada de tudo menos de Sua comemoração, para que o Todo-Poderoso por Sua graça vos ajude a alcançar a vitória suprema:
"Ó Deus, meu Deus! Somos servos Teus que nos voltamos a Teu Sagrado Semblante e nos desprendemos de tudo menos de Ti, neste Dia glorioso. Reunimos-nos nesta Assembléia Espiritual, com opiniões e pensamentos unidos e um único propósito: o de exaltar a Tua Palavra entre o gênero humano. Ó Senhor, nosso Deus! Faze de nós sinais de Tua orientação divina, estandartes da Tua Fé sublime entre os homens, servos do Teu poderoso Convênio, ó Tu, nosso Senhor Altíssimo! Que possamos manifestar Tua Unidade, em Teu Reino de Abhá, e luzir como estrelas resplandecentes sobre todas as regiões. Senhor! Ajuda-nos a sermos mares encapelados com as ondas de Tua graça maravilhosa, rios manando de Tuas alturas de glória, frutos excelentes na árvore da Tua Causa divina, arbustos movidos pelas brisas da Tua bondade em Tua vinha celestial. Ó Deus! Faze nossas almas dependerem dos versículos da Tua Divina Unidade, e nossos corações se alegrarem com o eflúvio de Tua graça, para que nos unamos como as ondas do mesmo mar e sejamos fundidos como os raios da Tua luz esplendorosa; e assim nossos pensamentos, opiniões e afetos se tornem uma só realidade, manifestando pelo mundo inteiro o espírito da união. Tu és o Benévolo, o Magnânimo, o Generoso, o Onipotente, o Deus de Misericórdia e Compaixão."
('Abdu'l-Bahá, citado em Bahá'í Administration, pág. 20-21)
INTRODUÇÃO"A consulta é uma das maiores dádivas de Deus ao homem. É uma arte, uma chave que pode desvendar os mistérios da vida e abrir a porta da resposta para os mais intrincados assuntos - desde assuntos íntimos e de relação pessoal até os de maior significado universal. É um dos maiores instrumentos de uma nova era para a raça humana, um elemento fundamental no nascer de uma nova civilização universal."
O desenvolvimento da Ordem Mundial de Bahá'u'lláh é freqüentemente comparado à construção de um edifício. Bahá'u'lláh é o Arquiteto Divino; Ele preparou o plano perfeito. O Centro do Convênio, 'Abdu'l-Bahá deu instruções detalhadas. O amado Guardião iniciou e supervisionou os primeiros estágios. Agora ela continua progredindo sob a guia da Casa Universal de Justiça.
Os Bahá'ís do mundo são os trabalhadores desta construção. Talvez falte-lhes muita habilidade, experiência e talento necessários para tão grande obra. Porém, eles têm os Ensinamentos; eles têm o amor e o espírito desta Nova Era; eles têm o Convênio. Mas, como eles constroem uma nova ordem mundial? Por onde eles começam.
Eles iniciam preparando o material necessário para o projeto da construção. Parte deste material necessário para o projeto da construção. Parte deste material é a consulta. Nas palavras de 'Abdu'l-Bahá "O princípio da consulta é um dos elementos mais fundamentais do edifício divino."
John E. KolstoeA fim de auxiliar, guiar e orientar os Bahá'ís nesta difícil arte de consultar, o Departamento de Pesquisa da Casa Universal de Justiça preparou a presente compilação dos extratos dos Escritos de Bahá'u'lláh, 'Abdu'l-Bahá e Shoghi Effendi e das mensagens da Casa Universal de Justiça.
Nesta presente edição brasileira da compilação anexou-se como apêndice algumas admoestações de Bahá'u'lláh e 'Abdu'l-Bahá referentes ao padrão de conduta Bahá'í em reuniões, bem como um pequeno resumo dos pontos chaves a serem obedecidos e/ou evitados durante uma consulta.
Desta forma e com o contínuo desenvolvimento da Causa, esperamos cada vez mais aumentar a nossa compreensão sobre tão nobre e precioso instrumento que segundo as promessas aqui contidas, constitui uma fonte garantida e confiável de orientação, entendimento e bem-estar.
I. EXTRATOS DOS ESCRITOS DE1. "Diz o Grande Ser: O céu da sabedoria divina é iluminado com as duas luminárias da consulta e compaixão. Deliberai em conjunto sobre todos os assuntos, pois, a consulta é a lâmpada da guia que indica o caminho e confere compreensão."
(De uma Epístola anteriormente não traduzida)2. "Dize: Nenhum homem pode atingir a sua verdadeira posição exceto através de sua justiça. Nenhum poder pode existir exceto através da unidade. Nenhum conforto e nenhum bem-estar podem ser atingidos exceto através da consulta."
(De uma Epístola anteriormente não traduzida)3. "A consulta confere maior compreensão e transforma a dúvida em certeza. Ela é uma luz brilhante que, em um mundo escuro, indica o caminho e guia. Para tudo existe e continuará a existir um estagio de perfeição e maturidade. A maturidade da dádiva da compreensão é manifestada através da consulta."
(De uma Epístola anteriormente não traduzida)4. "Tais assuntos devem ser decididos através da consulta, e o que emergir da consulta daqueles escolhidos, é em verdade o comando de Deus, o Amparo no Perigo, Aquele que subsiste por Si Próprio."
(De uma Epístola anteriormente não traduzida)5. "É necessário consulta sobre todas as coisas. Esse assunto deveria ser energicamente enfatizado por ti, de tal forma que a consulta seja observada por todos. O intuito daquilo que tem sido revelado pela Pena Máxima é de que a consulta deve ser plenamente executada entre os amigos, pois ela é e sempre será uma causa de compreensão e de despertar e uma fonte de beneficio e bem-estar."
(De uma Epístola anteriormente não traduzida)6. "Incumbe-lhe serem os fidedignos do Misericordioso entre os homens e considerarem a si próprios guardiões designados por Deus para todos os que habitam na Terra. Incumbe-lhes a consulta em conjunto e a consideração dos interesses dos servos de Deus, por amor a Ele, assim como consideram seus próprios interesses, e devem escolher o que seja apropriado e digno. Assim o Senhor Vosso Deus, o Benevolente, o Perdoador vos ordenou. Acautelai-vos de rejeitar o que está revelado claramente em Sua Epístola. Temei a Deus, ó vós que percebeis."
(Citado na carta do Guardião, 5 de Março de 1922 aos Amigos na América, Bahá'í Administration, pág. 21)
7. "Se no primeiro grupo de pessoas que se reuniram a unanimidade não for alcançada, novas pessoas deverão ser acrescentadas, após o que um grupo, igual em número ao Máximo Nome (9), ou menor ou maior, deverá ser escolhido dentre eles por votos; quando então a consulta deverá ser renovada; qualquer que for o resultado, este deverá ser obedecido. Se, na segunda ocasião, as opiniões novamente divergirem, repeti o processo uma terceira vez, obedecei o voto da maioria. Verdadeiramente, Ele guia a quem Ele deseja ao Caminho reto."1
(Perguntas e Respostas)8. "Incumbe a cada um não tomar nenhuma medida sem consultar a Assembléia Espiritual, e devem todos, certamente, obedecer de coração e alma às suas determinações e serem submissos a ela, a fim de que as coisas sejam devidamente dispostas e ordenadas. De outro modo, cada pessoa agirá independentemente e de acordo com seu próprio juízo, seguirá seu próprio desejo e prejudicará a Causa."
(Citado na carta do Guardião, datada de 5 de Março de 1922 aos Amigos na América, Bahá'í Administration, pág. 21)
9. "Os requisitos primordiais para aqueles que se reúnem para consultarem são: pureza de motivo, espírito radiante, desprendimento de tudo a não ser de Deus, atração as suas Divinas Fragrâncias; humildade e submissão entre Seus amados, paciência e resignação em dificuldades, e servitude ao Seu excelso Limiar. Se, bondosamente, forem auxiliados a adquirir estes atributos, a vitória lhes será concedida do Reino invisível de Bahá. Seus membros devem consultar em conjunto de tal modo a não dar ocasião para ressentimento ou discórdia. Isto pode ser atingido quando cada membro expressa com liberdade absoluta a sua própria opinião e expõe seu argumento. Se alguém se opuser, de modo algum deverá ele se ofender, pois só pela ampla discussão dos assuntos poderá ser revelado o caminho certo. A brilhante fagulha da verdade só aparece após o impacto de opiniões divergentes. Se, após o debate, chegarem a um decisão unânime, muito bem; mas, se - Deus proíba - surgirem diferenças de opinião, a voz da maioria deve prevalecer."
(Citado na carta do Guardião, datada de 5 de Março de 1922 aos Amigos na América, Bahá'í Administration, pág. 21)
10. "A primeira condição é absoluto amor e harmonia entre os membros da Assembléia. Eles devem estar totalmente livres de estranheza e manifestar em si mesmos a Unidade de Deus, pois são as ondas do mesmo mar, as gotas de um só rio, as estrelas de um só céu, os raios de mesmos sol, as arvores de um único pomar e as flores do mesmo jardim. Caso não exista harmonia de pensamento e absoluta unidade, essa reunião será dispersada, essa Assembléia reduzir-se-á a nada. A segunda condição: Devem, ao reunirem-se, volver a face do Reino nas alturas e pedir auxílio do Reino da Glória. Devem prosseguir então com a maior devoção, cortesia, dignidade, carinho e moderação expressando suas opiniões. Em todo assunto devem eles buscar a verdade e não insistir em sustentar sua própria opinião, pois a obstinação e persistência no próprio ponto de vista levarão afinal à discórdia e desavença e a verdade permanecerá oculta. Os honrados membros devem com toda liberdade expressar seus próprios pensamentos e, de modo algum é permissível menosprezar o pensamento de um outro; antes devem, com moderação, expor a verdade e, se surgirem diferenças de opinião, a maioria das vozes deverá prevalecer, devendo todos obedecer e se submeter à maioria. Também, não é permissível que qualquer um dos honrados membros faça objeção ou censure, seja na reunião ou fora, uma decisão tomada anteriormente, embora essa decisão não seja certa, pois tal crítica lhe impediria a execução. Resumindo, tudo quanto for decidido em harmonia e com amor e pureza de motivo, seu resultado é luz, e se predominar o menor traço de estranheza, o resultado será treva sobre treva... Se isso for assim levado em consideração, aquela Assembléia será de Deus, mas de outro modo levaria à frieza e aleitação, as quais procedem do Ente Mau...
Se se esforçarem por cumprir estas condições, a graça do Espírito Santo lhes será concedida, essa Assembléia tornar-se-á o centro das bênçãos divinas, será auxiliada pelas hostes da confirmação divina e, dia a dia, receberá uma nova efusão e Espírito."
(Citado na Carta do Guardião, datada de 5 de Março de 1922, aos Amigos na América, Bahá'í Administration, pág. 22-23)
11. "Se umas poucas almas reunirem-se em uma querida reunião com os sentimentos do Reino, com as atuações divinas, com corações puros e com absoluta pureza e santidade, a fim de se associarem em espírito e fragrância, essa reunião exercerá seu efeito em todo o mundo. As condições, as palavras e os atos dessa reunião conduzirão a um mundo de eterna felicidade e serão uma evidência dos favores do Reino. O espírito Santo fortalecê-la-á e as hostes do Concurso Supremo torná-las-ão vitoriosas e os anjos de Abhá virão em sucessão."
(Tablets of 'Abdu'l-Bahá, pág. 508)12. "Se eles concordam sobre determinado assunto, mesmo que esteja errado, Isto é melhor do que discordar e estar certo, pois, essa divergência produzirá a demolição dos alicerces divinos. Ainda que um dos lados esteja com a razão, se eles discordarem, isto será a causa de mil erros, mas se eles concordam e ambos os lados estão errados, como há unidade, a verdade será revelada e o errado se fará certo."
(Bahá'í World Faith, pág. 411)13. "A questão da consulta é da máxima importância e é um dos mais potentes instrumentos que conduzem à felicidade e tranqüilidade dos povos.
Por exemplo, quando um crente está indeciso a respeito de seus afazeres, ou quando tenciona levar avante um projeto ou negócio, os amigos devem se reunir e buscar uma solução para ele. Ele, por sua vez, deve agir de acordo. Da mesma forma, em questões mais abrangentes quando surge um problema ou ocorre uma dificuldade, os sábios devem se reunir, consultar e encontrar uma solução. Devem então confiar no Deus Único e Verdadeiro e se submeterem a Sua Providência, no que quer que seja revelado, pois, as confirmações divinas incontestavelmente prestarão ajuda. A consulta, deste modo, é um dos mandamentos explícitos do Senhor da humanidade."
(De uma Epístola anteriormente não traduzida)14. "O homem deve consulta sobre todos os assuntos, sejam de maior ou menor importância, para que possa se tornar ciente daquilo que é bom. A consulta dá-lhe compreensão sobre as coisas e lhe permite investigar assuntos desconhecidos. A luz da verdade das faces daqueles que se empenham em consultar. Tal consulta faz com que as águas vivas fluam nos prados da realidade do homem, que os raios da glória antiga brilhem sobre ele, e que a arvore do seu ser seja adornada com frutos maravilhosos. Os membros que estão consultando, entretanto, deveriam se comportar com o maior amor, harmonia e sinceridade uns para com os outros. O principio da consulta é um dos elementos mais fundamentais do edifício divino. Mesmo em seus afazeres habituais os membros individuais da sociedade deveriam consultar."
(De uma Epístola anteriormente não traduzida)15. "Cada um dos amigos deveria louvar em muito o outro e cada um deveria se considerar como evanescente e como nada na presença dos outros. Todos os assuntos deveriam ser consultados na reunião e qualquer que seja o voto da maioria, este deve ser executado. Juro pelo Deus Uno e verdadeiro, é melhor que todos concordem com uma decisão errada do que um voto certo se distinga, já que votos únicos podem ser fontes de dissensão, que conduz à ruína. Enquanto que, se em um caso eles tomam uma decisão errada, em cem outros casos eles adotarão decisões corretas, e a concórdia e a unidade são preservadas. Isto compensará toda deficiência e, eventualmente, conduzirá à remediação do erro."
(De uma Epístola anteriormente não traduzida)16. "O propósito da consulta é demonstrar que pontos de vista de diversos indivíduos são, certamente, preferíveis aos de uma única pessoa, da mesma forma que a força de um grupo de homens é, naturalmente, maior que a força de um único homem. Assim, a consulta é aceitável na presença do Todo-Poderoso, e foi ordenada aos crentes, para que eles possam deliberar sobre questões comuns e pessoais bem como sobre assuntos que são de natureza geral e universal.
Por exemplo, quando um homem tem um projeto a concretizar, fosse ele consultar com alguns dos seus irmãos, aquilo que é apropriado será certamente investigado e exposto aos seus olhos, e a verdade será desvendada. Da mesma forma, em um nível mais elevado, fossem as pessoas de uma vila consultar umas às outras a respeito de seus afazeres, a solução adequada certamente será revelada. De maneira idêntica, os membros de cada profissão, como na indústria, deveriam consultar e aqueles no comércio deveriam igualmente consultar sobre questões de negócios. Em resumo, a consulta é desejável e aceitável em todas as coisas e a respeito de todas as questões."
(Citado na carta do Guardião, datada de 15 de Fevereiro de 1922 à Assembléia Espiritual Nacional da Pérsia)
17. "A respeito de tua pergunta sobre a consulta de um pai com seu filho ou de um filho com seu pai, em assuntos de negocio e comercio; a consulta é um dos elementos fundamentais do alicerce da Lei de Deus. Tal consulta é, seguramente, aceitável, seja entre pai e filho ou com outros.
Não há nada melhor do que isso. O homem deve consultar sobre todos os assuntos pois isso o conduzirá aos detalhes de cada problema e o capacitará a encontrar a solução correta."
De uma Epístola anteriormente não traduzida)18. "Os ilustres membros da Assembléia Espiritual deveriam envidar esforços para que divergências de nenhuma espécie possam ocorrer e, se tais controvérsias surgirem, elas não deveriam chegar ao ponto de causar conflito, ódio e antagonismo, que conduzem a ameaças. Quando notardes que se chegou a um ponto onde a inimizade e as ameaças estão prestes a ocorrer, devereis imediatamente adiar a deliberação do assunto até que controvérsias, disputas e vozes altas desapareçam e um momento propício esteja disponível."
De uma Epístola anteriormente não traduzida)19. "Resolvei todas as coisas, grandes e pequenas, pela consulta. Sem consulta prévia, não tomeis nenhum passo importante em vossos próprios assuntos pessoais. Preocupai-vos uns com os outros. Ajudai um ao outro em vossos projetos e planos. Afligi-vos uns com os outros. Não deixai ninguém em todo o país ficar em necessidade. Favorecei um ao outro até que vos torneis um único corpo, um e todos..."
De uma Epístola anteriormente não traduzida)20. "Toda reunião que é organizada com o propósito de unidade e concórdia conduzirá à transformação de estranhos em amigos, de inimigos em companheiros, e 'Abdu'l-Bahá estará presente em seu coração e alma nessa reunião."
(Tablets of 'Abdu'l-Bahá, pág. 533)21. "Nesta causa, a consulta é de importância vital; mas o que se deseja é deliberação espiritual e não a mera expressão de pontos de vista pessoais. Na França estive presente em uma sessão do senado mas a experiência não me foi impressionante. O procedimento parlamentar deveria ter como seu objetivo alcançar a luz da verdade a respeito das questões apresentadas e não prover uma arena para confronto e opiniões pessoais. O antagonismo e a contradição são impróprios e sempre destruidores da verdade. Na mencionada reunião parlamentar, contendas e jogos de palavras inúteis eram freqüentemente; o resultado foi principalmente confusão e tumulto; até mesmo em um caso houve uma agressão física entre dois dos membros. Não era uma consulta mas sim uma comédia.
"O propósito é o de enfatizar a afirmação de que a consulta deve ter como seu objetivo a investigação da verdade. Aquele que expressa uma opinião não deve apresentá-la como certa e correta mas sim estabelecê-la como uma contribuição para o consenso de opinião; pois a luz da realidade torna-se manifesta quando duas opiniões coincidem. Uma faísca é produzida quando o fuzil e a pederneira se unem. O homem deve avaliar as suas opiniões com a máxima serenidade, calma e tranqüilidade. Antes de expressar suas próprias opiniões ele deveria cuidadosamente considerar as idéias já apresentadas por outros. Se ele perceber que uma opinião previamente expressa é mais verdadeira e meritória, ele deveria aceitá-la imediatamente e não ficar se atendo teimosamente à sua própria opinião. Através deste excelente método ele procura alcançar a unidade e a verdade. A oposição e a divisão são deploráveis. Então seria melhor obter a opinião de um homem sábio e inteligente; do contrário, a contradição e o jogo de palavras através dos quais as várias e diversas opiniões são apresentadas torna necessário que um corpo judicial tome a decisão final sobre a questão. Até mesmo uma opinião majoritária ou um consenso podem ser incorretos. Mil pessoas podem manter uma opinião e estarem erradas enquanto que um único homem sábio pode estar certo. Deste modo a verdadeira consulta é uma deliberação espiritual em uma atitude e atmosfera de amor. Os membros devem se amar uns aos outros em um espírito de camaradagem de modo que bons resultados possam se manifestar. O amor e o companheirismo são o alicerce.
"O mais memorável exemplo de consulta espiritual foi o encontro dos discípulos de Jesus Cristo, no monte, após Sua ascensão. Eles disseram 'Sua Santidade Jesus Cristo foi crucificado e nós não mais temos associação e relacionamento com Ele em Seu corpo físico; portanto, devemos ser leais e fiéis a Ele; devemos ser agradecidos e estimá-Lo, pois Ele nos levantou dos mortos, nos fez sábios; Ele nos deu a vida eterna. O que faremos nós para sermos fiéis a Ele?' E assim deliberaram. Um deles disse 'Nós temos que nos desprender das amarras e dos grilhões do mundo; de outra forma não podemos ser fiéis. Os outros responderam 'Assim é'. Outro disse 'Ou casamos e somos fiéis para nossas esposas e crianças, ou servimos nosso Senhor livres destes laços. Não podemos estar ocupados com o cuidado e a provisão de famílias e, ao mesmo tempo, anunciar o reino em lugares desolados. Portanto, que aqueles ainda solteiros permaneçam assim, e aqueles que já casaram garantam meios de sustento e conforto para suas famílias e então saiam e difundam a mensagem das boas-novas.' Não houve vozes dissidentes; todos concordam dizendo 'Assim é certo.' Um terceiro discípulo disse 'Para realizarmos atos dignos no reino temos que ser ainda mais abnegados. De agora em diante deveríamos renunciar tranqüilidade e conforto físico, aceitar toda dificuldade, esquecer o ego e ensinar a Causa de Deus.' Isto encontrou a aceitação e a aprovação de todos os demais. Finalmente um quarto discípulo disse 'Há ainda outro aspecto para nossa fé e unidade. Por causa de Jesus nós seremos espancados, aprisionados e exilados. Podem nos matar. Que aprendamos esta lição agora. Que nos apercebamos decidamos que apesar de sermos espancados, banidos e amaldiçoados, e ainda que cuspam em nós e nos conduzam à morte, nós aceitamos tudo isto com alegria, amando aqueles que nos odeiam e ferem.' Todos os discípulos responderam 'Certamente nós o faremos - está combinado; isto é certo.' Então eles desceram do cume da montanha e cada qual se foi em uma direção diferente em sua missão divina.
"Esta foi uma verdadeira consulta. Isto foi deliberação espiritual e não a mera elocução de opiniões pessoais em oposição e debate parlamentar."
(The Promulgation of Universal Peace, pág. 68-70)22. "O primeiro dever dos membros é garantirem sua própria unidade e harmonia, de forma a obter bons resultados. Se não houver unidade, ou o Comitê se tornar causa de desarmonia, sem dúvida alguma é melhor que ele não exista...
"Portanto, quando a unidade dos membros do Comitê está estabelecida, seu segundo dever é lerem os versículos e orações, para estarem em um estado de comemoração e diligência, para que possam ver uns aos outros como que na presença de Deus."
(Star of the West, vol. VIII, no 9, pág. 114)23. "Então eles (os membros) precisam consultar e deliberar de tal forma que nenhuma discórdia ou desafeiçoamento venham a ocorrer. Quando reunidos em consulta cada um deve desfrutar de perfeita liberdade para expor suas opiniões e apresentar argumentos. Se algum membro o contradizer, ele não deve se exasperar, pois se não houver investigação ou verificação dos assuntos, a concórdia não será descoberta, nem entendida. A luz brilhante que surge do atrito de pensamentos é a esclarecedora dos fatos."
(Bahá'í World Faith, pág. 406)24. "Que também tenhamos em mente que a nota-chave da Causa de Deus não é autoridade ditatorial, mas, sim, a camaradagem humilde, não o poder arbitrário, mas o espírito de consulta franca e amorosa. Nada menos do que o espírito de um verdadeiro Bahá'í pode esperar reconciliar os princípios da misericórdia e da justiça, da liberdade e da submissão, da santidade do direito do indivíduo e da abnegação, da vigilância, discrição e prudência por um lado, e da camaradagem, candor e coragem do outro."
(De uma carta datada de 23 de Fevereiro de 1924 aos Amigos na América, Bahá'í Administration, pág. 68)
25. "Os deveres daqueles que os amigos elegeram livre e conscienciosamente como seus representantes não são menos vitais e compulsórios do que as obrigações daqueles que os escolheram. Sua função não é ditar, mas sim, consultar, e consultar não somente entre si mesmos mas, tanto quanto possível, com os amigos que eles representam. Devem considerar a si próprios apenas como instrumentos escolhidos para apresentarem a Causa de Deus da maneira mais e eficiente e condigna. Nunca devem ser levados a supor serem eles os ornamentos centrais do corpo da Causa, intrinsecamente superiores aos outros quanto à capacidade ou mérito e os únicos promotores dos seus ensinamentos e princípios. Devem aproximar-se de sua tarefa com humildade extrema e, com mente aberta, seu alto senso de justiça e dever, seu candor, sua modéstia, sua inteira devoção e bem-estar e aos interesses dos amigos, da Causa e da humanidade, esforçar-se para ganhar não só a confiança e o genuíno apoio e respeito daqueles a quem servem, mas também sua estima e verdadeiro afeto. Devem, em todas as ocasiões, evitar o espírito de exclusividade, a atmosfera de segredo, livrar-se de uma atitude dominante, e banir de suas deliberações toda e qualquer forma de preconceito e paixão. Deveriam, dentro dos limites da sábia descrição, confiar aos amigos, participar-lhes seus planos, compartilhar com eles seus problemas e suas ansiedades e procurar seus conselhos. E, quando chegam ao ponto de tomarem certa decisão devem, após consulta desapaixonada, atenciosa e cordial, volver-se a Deus em oração, e com sinceridade, convicção e coragem manifestar seu voto e acatar o voto da maneira, que nosso Mestre, nos diz ser a voz da verdade, nunca a ser desafiada e, sim, sempre aplicada completamente. A essa voz os amigos devem responder de coração, considerando-a o único meio que pode assegurar a proteção e o progresso da Causa."
(De uma carta datada de 23 de Fevereiro de 1924 aos Amigos na América Bahá'í Adminsitration, pág. 64)
26. "Não raras vezes, antes, seguidamente, os mais humildes, incultos e inexperientes entre os amigos irão, pela força pura da devoção abnegada e ardente, contribuir distintiva e memorável parcela para uma deliberação altamente intrincada em qualquer assembléia."
(De uma carta datada de 29 de Janeiro de 1925 à Assembléia Espiritual Nacional dos Bahá'ís dos Estados Unidos e Canadá, Bahá'í Administration, pág. 79)
27. "Na verdade, sempre foi o acalentado desejo do nosso Mestre, 'Abdu'l-Bahá, que os amigos em seus conselhos, tanto locais quanto nacionais, obtivessem a unanimidade em todas as coisas através de sua franqueza, sua honestidade de propósito, sua sinceridade de pensamento e a meticulosidade em seus debates."
(De uma carta datada de 29 de Janeiro de 1925 à Assembléia Espiritual Nacional dos Bahá'ís dos Estados Unidos e Canadá, Bahá'í Administration, pág. 80)
28. "Com respeito ao comparecimento de certos indivíduos nas reuniões das Assembléias ao convite daquela instituição: isto, Shoghi Effendi considera como sendo aconselhamento por peritos, absolutamente necessário para a boa administração. Os membros da Assembléia não são obrigados a conhecer tudo sobre todos os assuntos, assim, podem convidar pessoas versadas naquele tema para participarem de suas reuniões e explicar suas considerações. Mas, naturalmente, elas não terão direito a voto."
(De uma carta datada de 23 de Outubro de 1926 escrita em nome de Shoghi Effendi à Assembléia Espiritual Nacional das Ilhas Britânicas)
29. "Muitas vezes nos é dito pelo Mestre que sob tais circunstâncias deveríamos consultar nossos amigos especialmente as Assembléias e procurar a sua orientação. Seria muito bom se você procurasse esta orientação e tomasse alguns dos amigos para confidentes. Possivelmente a vontade de Deus é melhor atingida através da consulta."
(De uma carta datada de 12 de Novembro de 1930 escrita em nome de Shoghi Effendi a um crente individual)
30. "Com a consulta apropriada seguramente algum método será encontrado. Não há necessidade de se esperar até que uma Assembléia seja constituída para começar a consultar. A opinião de duas almas sinceras é sempre melhor do que a de uma única."
(De uma carta datada de 16 de Junho de 1932 escrita em nome de Shoghi Effendi a m crente individual)
31. "O princípio da consulta que constitui uma das leis básicas da Administração, deveria ser aplicado em todas as atividades Bahá'ís que afetem os interesses coletivos da Fé, pois é através da cooperação e do contínuo intercambio de opiniões e idéias que a Causa poderá melhor salvaguardar e promover os seus interesses. A iniciativa individual, a habilidade e desenvoltura pessoais, embora indispensáveis, são absolutamente incapazes de atender tão grande tarefa, a menos que sejam apoiadas e enriquecidas pela sabedoria e experiências coletivas do grupo."
(De uma carta datada de 30 de Agosto de 1933 escrita em nome de Shoghi Effendi a um crente individual)
32. "A consulta, franca e irrestrita, é a pedra fundamental desta ordem incomparável."
(De uma observação escrita por Shoghi Effendi em carta datada de 18 de Novembro de 1933 à Assembléia Espiritual Nacional dos Estados Unidos e Canadá)
33. "Os crente deveriam ter confiança nas instruções e ordens de sua Assembléia, mesmo que ainda não estejam convencidos de sua justiça ou direito. Uma vez que a Assembléia, por voto de maioria de seus membros, chega a uma decisão, os amigos devem prontamente obedecê-la. Especialmente aqueles membros dissidentes dentro da Assembléia, cuja opinião é contrária àquela da maioria de seus companheiros, deveriam dar bom exemplo diante da comunidade pelo sacrifício de suas opiniões pessoais a fim de obedecerem o princípio do voto de maioria que baseia o funcionamento de todas as Assembléias Bahá'ís.
No entanto, antes que a maioria da Assembléia cheque a uma decisão, não apenas é o direito, mas a obrigação sagrada de cada membro expressar livre e abertamente suas considerações, sem receio de desagradar ou indispor qualquer um de seus companheiros de Assembléia. Tendo em vista este importante princípio administrativo de franca e aberta consulta, o Guardião o aconselharia a abandonar o método de solicitar a outros membros para expressarem sua opinião e sugestões. Esta maneira indireta de expor suas opiniões à Assembléia não apenas cria uma atmosfera de segredo que é extremamente alheia ao espírito da Causa, mas também conduziria a muitos mal-entendidos e complicações. Os membros da Assembléia devem ter a coragem de suas convicções, mas devem também demonstrar obediências irrestrita e de todo coração ao julgamento bem ponderado e às orientações da maioria de seus companheiros."
(De uma carta de 28 de Outubro de 1935 escrita em nome de Shoghi Effendi a um crente individual)
34. "Como foi afirmado por 'Abdu'l-Bahá, a centelha da verdade é freqüentemente acesa e a orientação Divina é revelada através do choque de opiniões pessoais. Os amigos não deveriam, pois, sentir-se desanimados por causa das diferenças de opinião que possam prevalecer entre os membros de uma Assembléia, pois estas, assim como a experiência já demonstrou e as palavras do Mestre atestam, desempenham uma valiosa função em todas as deliberações da Assembléia. Uma vez, porém, que a opinião da maioria tenha sido estabelecida, todos os membros devem obedecê-la automaticamente e sem reservas, e executá-la fielmente. Paciência e auto-disciplina, entretanto, devem sempre caracterizar as discussões e deliberações dos representantes eleitos da comunidade local, e em circunstância alguma devem ser permitidas discussões infrutíferas e banais."
(De uma carta datada de 18 de Abril de 1939 escrita em nome de Shoghi Effendi a um crente individual)
35. "Em sua última pergunta, a respeito de casos em que aqueles que seriam necessários à consulta não estão acessíveis e uma pessoa está indecisa sobre o rumo a ser tomado em um assunto importante, você questiona se lhe é permissível recorrer à prática do 'istikháril'2, utilizando o Kitáb-i-Aqdas.
O Guardião declarou que, em tais casos, o que é necessário e essencial é a pessoa volver seu coração totalmente a Deus e implorar ajuda da Fonte de graça e inspiração, e nada mais. Se for possível adiar a decisão seria preferível e mais adequado fazê-lo, até que os meios para a consulta se tornem disponíveis."
(De uma carta datada de 23 de Abril de 1941 escrita em nome de Shoghi Effendi a um crente individual, traduzida do persa)
36. "A solução para desarmonia na Assembléia não pode ser encontrada na renúncia ou abstinência de qualquer um dos seus membros. Ela deve aprender, apesar de elementos perturbadores, a continuar funcionando como um todo, pois, do contrário, o sistema inteiro se tornaria desacreditado pela introdução de exceções à regra.
Os crentes, amando a Causa sobre todas as outras coisas e colocando em primeiro lugar os interesses da mesma, devem estar prontos a suportar as dificuldades envolvidas, qualquer que seja a sua natureza. Apenas através de tal persistência e auto-sacrifício é que podemos, por um lado, preservar intactas nossas divinas instituições e, por outro, forçar-nos a nos tornarmos mais nobres e melhores instrumentos para servir esta gloriosa Fé."
(De uma carta datada de 20 de Novembro de 1941 escrita em nome de Shoghi Effendi a um crente individual)
37. "As perguntas que você faz em sua carta sobre guia individual, pode-se dizer, têm dois aspectos. É bom que as pessoas se volvam a Deus e implorem Sua ajuda na solução de seus problemas e na guia de seus atos, mesmo durante todos os dias de suas vidas, se sentirem o desejo de o fazer. Mas eles de forma alguma podem impor aquilo que eles sentem ser a guia para si mesmos a ninguém mais, muito menos às Assembléias e aos Comitês, já que Bahá'u'lláh expressamente estabeleceu a lei da consulta e jamais indicou que qualquer outra coisa a substituísse."
(De uma carta datada de 25 de Janeiro de 1943 escrita em nome de Shoghi Effendi a um crente individual)
38. "O Guardião lhe aconselha a procurar outros médicos e seguir o voto da maioria."3
(De uma carta datada de 14 de Fevereiro de 1945 escrita em nome de Shoghi Effendi a um crente individual, traduzida do persa)
39. "Você salientou que em corpos consultivos pode algumas vezes acontecer que, em dado caso, a opinião de um dos membros é melhor e tem maior mérito do que a dos demais, mas esses membros não estão preparados para aceitar tal opinião. O Guardião afirmou que é necessário e imperativo consultar francamente e com motivos puros antes chegar a uma decisão. Uma vez que a decisão é tomada, cabe a todos seguirem a opinião a maioria, apoiá-la e colocá-la em ação, mesmo que a decisão seja errada."
(De uma carta datada de 12 de Janeiro de 1946 escrita em nome de Shoghi Effendi a um crente individual, traduzida do persa)
40. "Todos temos direito a nossas próprias opiniões, pois, estamos fadados a pensar de modo diferente; mas um Bahá'í deve aceitar a decisão da maioria de sua Assembléia, compreendendo que a aceitação e a harmonia - mesmo que se tenha feito um erro - são as coisas realmente importantes e quando nós servimos a Causa devidamente do modo bahá'í, Deus, no fim, corrigirá quaisquer erros cometidos."
(De uma carta datada de 19 de Outubro de 1947 escrita em nome de Shoghi Effendi a um crente individual)
41. "Os Bahá'ís não são obrigados a votar contra sua consciência numa Assembléia. É melhor que se submetam à opinião da maioria e a tornem unânime. Mas não são forcados a isso. O que têm de fazer, porém, é aquiescer à decisão da maioria, pois isso é o que se torna efetivo. Não devem andar dizendo que discordaram da maioria e assim debilitarem a Assembléia. Em outras palavras, incumbe-lhes colocar a Causa em primeiro lugar e não suas próprias opiniões. Ele (um membro de uma Assembléia Espiritual) pode pedir à Assembléia que reconsidere um assunto, mas não tem direito de forçá-la ou de criar desarmonia porque não concedem. Votos unânimes são preferíveis, mas certamente não podem ser impostos por métodos artificiais como os que são usados por outras sociedades."
(De uma carta datada de 19 de Outubro de 1947 escrita em nome de Shoghi Effendi a um crente individual)
42. "Os Bahá'ís devem aprender a esquecer personalidades e a superar o desejo - tão natural nas pessoas - de tomar partidos e defendê-los. Eles devem também realmente aprender a fazer o uso do grande princípio da consulta."
(De uma carta datada de 30 de Junho de 1949 escrita em nome de Shoghi Effendi à Assembléia Espiritual Nacional da Alemanha e Áustria)
43. "Não existem votos dissidentes na Causa. Quando a maioria de uma Assembléia decide um assunto, nos é dito pelo Mestre, que a maioria deve aceitar a decisão. Insistir em ter registrado um voto dissidente não é bom e não leva a nenhum fim construtivo."
(De uma carta datada de 19 de Março de 1950 escrita em nome de Shoghi Effendi a um crente individual)
44. "O Guardião lamenta que, à luz das declarações do Mestre de que as deliberações das Assembléias deveriam ser secretas e confidenciais, não é permissível ter um não-membro da Assembléia na reunião da Assembléia Espiritual Nacional... Assuntos altamente pessoais, relativos à reputação e felicidade de outras pessoas, são freqüentemente tratados pelas Assembléias Nacionais e o perigo de se trair a confidencialidade já é suficientemente grande com os nove representantes escolhidos de toda a comunidade, quanto mais introduzindo membros que não são da Assembléia. Tudo o que vocês têm a fazer é fazer as suas atas um pouco mais compactas e sacrificar, se necessário, uma certa dose de eficiência de modo a obedecer este princípio tão importante."4
(De uma carta datada de 5 de Julho de 1950 escrita em nome de Shoghi Effendi à Assembléia Espiritual Nacional dos Estados Unidos)
IV - MENSAGENS DA CASA45. "Apesar de que as Assembléias Espirituais Locais são as principais responsáveis pelo aconselhamento dos crentes no tocante a problemas pessoais, pode haver ocasiões quando, no julgamento da Assembléia Nacional ou Local, seria preferível designar deveres de aconselhamento e orientação a indivíduos ou comitês. Isto fica à discrição da Assembléia."
(De uma carta datada de 27 de Março de 1966 à Assembléia Espiritual Nacional da Bolívia)
46. "É importante compreender que o espírito da consulta Bahá'í é muito diferente daquele corrente nos processos de decisão de entidades não-Bahá'ís.
O ideal da consulta Bahá'í é de se alcançar uma decisão unânime. Quando isto não é possível uma votação deve ser executada. Nas palavras do amado Guardião: '...quando eles chegam ao ponto de tomarem certa decisão, eles devem, após consulta desapaixonada, ansiosa e cordial, volver-se a Deus em oração e, com sinceridade, convicção e coragem manifestar seu voto e acatar a voz da maioria, a qual o nosso Mestre nos diz ser a Voz da Verdade, nunca a ser desafiada e, sim, sempre aplicada completamente.'
Assim que uma decisão é tomada, ela se torna a decisão de toda a Assembléia, não apenas daqueles membros que se encontram na maioria.
Quando se propõe colocar uma matéria em votação, um membro da Assembléia pode sentir que há fatos e opiniões adicionais que devem ser buscados antes de ele poder tomar sua decisão e votar inteligentemente a proposição. Ele deveria expressar este sentimento para a Assembléia e cabe à Assembléia decidir se mais consulta é ou não necessária antes da votação.
Sempre que é decidido votar uma proposição, tudo o que se faz necessário é verificar quantos dos membros estão a favor dela; se forem a maioria dos presentes, a moção é rejeitada. Assim, toda a questão da 'abstenção' não surge na votação bahá'í. Um membro que não vota a favor de uma proposição está, na verdade, votando contra ela, mesmo que naquele momento ele próprio sinta não ter ainda podido tomar uma decisão sobre o assunto."
(De uma carta datada de 6 de Março de 1970 à Assembléia Espiritual Nacional do Canadá)
47. "Sua carta de 14 de fevereiro de 1973 questionando sobre os usos da consulta Bahá'í foi recebida."
Este é, sem dúvida, um assunto no qual a rigidez deveria ser evitada.
"Quando um crente tem um problema sobre o qual deve tomar uma decisão, ele tem várias opções a sua disposição. Se for um assunto que afeta os interesses da Fé ele deveria consultar com a Assembléia ou comitê adequados, mas os indivíduos têm muitos problemas que são puramente pessoais e não há qualquer obrigação imposta a eles para levarem estes problemas às instituições da Fé; na verdade, quando as necessidades do trabalho de ensino são de tal urgência é melhor que os amigos não sobrecarreguem suas Assembléias com problemas pessoais que eles podem solucionar por si mesmos."
"Um Bahá'í que tem um problema pode desejar tomar sua própria decisão a respeito dele depois de orar e após pesar todos os aspectos do mesmo em sua própria mente; ele pode preferir buscar o conselho de amigos individuais ou de conselheiros profissionais, tais como seu médico ou advogado, de tal forma que ele possa considerar tais conselhos quando tomar sua decisão; ou em um caso quando várias pessoas estão envolvidas, como numa situação familiar, ele pode desejar reunir aqueles que são afetados para que possam chegar a uma decisão coletiva. Também não há qualquer objeção ao fato de um Bahá'í pedir a um grupo de pessoas para consultarem sobre um problema enfrentado por ele."
"Deveria se ter em mente que toda consulta tem como finalidade chegar a uma solução para um problema e é bem diferente das atividades do tipo desnudamento da alma em grupo, que são populares em alguns círculos nos dias atuais e que beiram o tipo de confissão que é proibido na Fé. Sobre o assunto de confissão, a secretária do Guardião escreveu em seu nome a um crente individual: 'Estamos proibidos de confessar a qualquer pessoa nossos pecados e faltas, como os católicos fazem a seus sacerdotes, bem como de fazê-lo em público, como algumas seitas religiosas fazem. No entanto, se nós espontaneamente desejamos reconhecer que erramos em algo, ou que temos alguma falha de caráter, e pedir as desculpas ou o perdão de outra pessoa, estamos plenamente livres para assim proceder. O Guardião deseja destacar, entretanto, que não somos obrigados a fazê-lo. Isto repousa inteiramente na decisão do indivíduo."
(De uma carta datada de 19 de Março de 1973 à Assembléia Espiritual Nacional do Canadá)
48. "A passagem que você cita5 no segundo parágrafo de sua carta é retirada de uma Epístola de 'Abdu'l-Bahá que foi dirigida por ele aos amigos em Teerã na ocasião em que, sem o conhecimento e a permissão da Assembléia Espiritual e contra as leis governamentais, um dos amigos empreendeu a impressão do Kitáb-i-Aqdas. As instruções de 'Abdu'l-Bahá que você cita foram emitidas naquela ocasião e naquele contexto."
"A Casa Universal de Justiça indicou que quando Shoghi Effendi enumera as funções da Assembléia Espiritual Local em 'Bahá'í Administration', página 37, ele indica que os assuntos locais a serem referidos à Assembléia Espiritual Local são aqueles que dizem respeito à Causa. Isto não significa, é claro, que problemas pessoais não possam ser encaminhados às Assembléias Bahá'ís. A Assembléia Espiritual Local, no entanto, não é a única instituição ou o único meio ao qual os amigos podem recorrer para consulta em assuntos pessoais. Tal consulta poderia ser mantida com membros da família, com amigos ou com especialistas. Por exemplo, em uma de Suas Epístolas, 'Abdu'l-Bahá contempla a possibilidade de que especialistas em uma profissão consultem em conjunto."
(De uma carta datada de 8 de Abril de 1975 a um crente individual)
APÊNDICES"Aqueles que brigam como se impelidos por seus desejos estão, na verdade, envoltos em um véu palpável."
Bahá'u'lláh (Epístola ao Filho do Lobo, pág. 64)"O Credo de Deus é para amor e união; não o torneis motivo de discórdia e desunião... Ele interditou a disputa e a contenda com uma proibição absoluta."
"Nada em absoluto, neste Dia, pode causar maior dano a esta Causa do que a dissensão e luta, contenda, alienação e apatia entre os amados de Deus."
Bahá'u'lláh (Bahá'í World Faith, pág. 209; Seleção dos Escritos de Bahá'u'lláh, pág. 21)
Uma língua bondosa é o imã dos corações dos homens. É o pão do espírito, veste de significado as palavras, é a fonte da luz da sabedoria e compreensão...
Bahá'u'lláh (Seleção dos Escritos de Bahá'u'lláh, pág. 215)
"Ó vós amigos de Deus! Acautelai-vos! Acautelai-vos com as divergências! Por causa de divergências o Templo de Deus é arrasado até o próprio fundamento e pelos sopros dos ventos da discórdia a Bendita Árvore é impedida de produzir qualquer fruto. Pelo frio intenso da diversidade de opiniões, o roseiral da unidade definha-se e o fogo do amor de Deus se extingue.
'Abdu'l-Bahá (Padrão de Vida Bahá'í, pág. 35)"Acautelai-vos! Acautelai-vos! Para que não ofendais a nenhum coração!
Acautelai-vos! Acautelai-vos! Para que não magoeis a nenhuma alma!
Acautelai-vos! Acautelai-vos! Para que não sejais causa de desespero para nenhuma criatura!
Fosse alguém tornar-se causa de pesar a algum coração, ou de desânimo a qualquer alma, melhor seria que se escondesse nas ínfimas profundezas da terra do que sobre ela andasse."
'Abdu'l-Bahá (Bahá'u'lláh e a Nova Era, pág. 80)* lançar a idéia como uma contribuição para o consenso
* pesar suas opiniões com sinceridade* considerar cuidadosamente as idéias já apresentadas
* aceitar imediatamente opiniões mais verdadeiras* ler versículos e orações para estar em estado de comemoração e diligência
* deliberar desapaixonadamente* demonstrar obediência irrestrita à opinião da maioria
* controle* não expressar sua opinião como sendo a única correta e justa
* não agarrar-se teimosamente às suas opiniões* não ter receio de indispor algum com sua opinião
* não usar subterfúgios e formas indiretas para expressar a opinião
* renúncia1 Esta declaração foi revelada em resposta a uma pergunta acerca dos ensinamentos Bahá'ís sobre consulta. Ela aparece em "Perguntas e Respostas", descrito por Shoghi Effendi como um apêndice ao 'Kitáb-i-Aqdas'. Foi revelada antes das Assembléias Espirituais terem sido estabelecidas e em resposta a uma pergunta sobre o ensinamento Bahá'í sobre consulta. O surgimento das Assembléias Espirituais, às quais os amigos podem sempre recorrer, de forma alguma os proíbe de seguirem, se desejarem, o procedimento delineado na passagem acima quando desejarem consultar sobre seus problemas pessoais. A citação claramente indica a preferência de Bahá'u'lláh pela unanimidade.
2 Este é um processo de adivinhação, similar ao que é feito através da bibliomancia, quando um Livro Sagrado é aberto aleatoriamente e se busca orientação para o problema que se tenha através da leitura de trechos do Livro na página aberta.
3 (Este conselho foi dado pelo Guardião quando um inquiridor buscou o seu parecer, já que um médico tinha a opinião de que uma operação era necessária, enquanto outro médico não considerava tal operação indispensável.
4 Esta recomendação foi dada pelo Guardião em resposta a uma solicitação da Assembléia Espiritual Nacional em ter um não-membro presente durante as suas deliberações para tomar notas e fazer as atas das decisões da Assembléia. Isto não contradiz com a orientação dada no trecho número 28 desta compilação.
5 Trata-se do texto número 8 desta compilação.